domingo, 10 de novembro de 2013

Dia da Consciência Negra



Dia da Consciência Negra – 20 de Novembro

Brasil, um País de Muitas Cores
Na origem do povo brasileiro muitas cores se misturam, entre elas a cor negra, vinda da África, acorrentada nos porões dos navios, para ajudar a construir um novo país em todos os seus aspectos.

O Negro e o Brasil
Apesar da enorme contribuição do povo negro em nosso país, sua participação nunca foi devidamente valorizada. Os negros foram muito importantes na construção da riqueza nacional, na acumulação do capital, na formação da cultura e do folclore, através de sua influência na literatura, música, dança, culinária, entre outros aspectos.

Alguns exemplos da contribuição negra

Capoeira
Foi trazida pelos negros de Angola como dança religiosa, porém passou a ser usado como recurso de ataque e defesa pelos escravos, representando uma esperança de liberdade e de sobrevivência, principalmente para o negro foragido. Com o passar dos anos, alguns capoeiristas passaram a utilizar a luta de modo incorreto contra pessoas e instituições, fazendo com que a mesma fosse proibida. Algum tempo depois a capoeira foi legalizada. A roda de capoeira trata-se de um grupo de pessoas que joga, toca e canta a capoeira. Atualmente, é considerada patrimônio cultural imaterial do Brasil.

Frevo
Originou-se da capoeira, sendo que seus movimentos foram estilizados para evitar repressão. Trata-se de uma dança coletiva, executada com uma sombrinha, que serve para manter o equilíbrio e embelezar a coreografia. É o símbolo do carnaval pernambucano.

Coco
Dança de roda, cuja coreografia se assemelha ao sapateado. É muito dançado nas áreas praianas do Nordeste, principalmente em Alagoas.

Moçambique
É considerado por alguns folcloristas como uma dança, porém outros o consideram como sendo uma festa popular. Os participantes pulam e agacham, enquanto cantam. Costuma ser executado em São Paulo, Minas Gerais e no Brasil Central.

Maracatu
Teve início devido à necessidade dos chefes tribais, vindos do Congo e de Angola, de demonstrar força e poder, mesmo com a escravidão. Trata-se de um desfile carnavalesco que representa a coroação dos reis africanos, sendo dançada no carnaval de Pernambuco.

Afoxé
Instrumento de percussão, sendo uma cabaça coberta por uma rede de malha, em cujas intersecções são colocadas sementes ou conchas.

Atabaque
Instrumento de percussão que se refere a uma espécie de caixa alta, coberta com couro somente na abertura de maior diâmetro, que se percute com as mãos.

Agogô
Instrumento de percussão referente a sinetas de ferro sem badalo, conectadas por uma haste, feita do mesmo material, encurvada, que se percute com uma banqueta de madeira ou de ferro.

Berimbau
Instrumento de percussão formado por um arco de madeira, retesado por corda de arame, com uma cabaça aberta presa à parte inferior externa do arco. É tocado com uma vareta de madeira e com o dobrão (peça de metal), acompanhado do caxixi.

Caxixi
Instrumento de percussão, sendo um tambor cilíndrico, com couro em uma única abertura, em cujo centro está presa uma vareta de madeira, que produz som ao ser friccionada.

Linguagem
Já que os africanos provinham de diferentes povos, não havia uma unidade linguística e, por isso, esses povos sentiram a necessidade de criarem uma linguagem em comum, com o objetivo de se entenderem.  São exemplos de palavras africanas no português do Brasil: caçula, cafuné, fubá, maxixe, moleque, mungunzá, pirão, samba, vatapá e muitas outras.

Culinária
Todos os pratos vindos do continente africano foram reelaborados, recriados no Brasil com os elementos locais, como por exemplo: angu, cuscuz, pamonha, feijoada, acarajé, mungunzá, farofa, vatapá e quibebe, entre outros. Além disso, foram introduzidos, também, o uso do leite de coco, pimentas e azeite de dendê. O dendê, que havia sido trazido pelos portugueses para iluminar as lamparinas, passou a ser usado em vários pratos.

O Negro e a Economia
A origem da participação do negro na economia brasileira ocorreu através da escravidão, onde ele era tratado como uma mercadoria vendável, vivendo sem direitos, em péssimas condições de trabalho, com pouca alimentação e apenas um local para dormir, conhecido como senzala. A vida do negro se resumia ao trabalho pesado e às punições, como as chicotadas, caso não aceitasse tudo que lhe era imposto.

Cenário Pós Abolição
Após a abolição da escravatura, o negro continuou enfrentando muitos problemas como baixo salário, dificuldade de encontrar emprego e moradia. Apesar das diversas políticas públicas voltadas para os afro-descendentes, ainda se faz necessário a conscientização da igualdade de direitos e deveres, independente da cor da pele ou das características físicas de uma determinada raça, combatendo assim, o preconceito e a discriminação que ainda existem, mesmo que disfarçados, em nossa sociedade.

O Negro na Política
O negro contribuiu de forma decisiva para o desenvolvimento econômico brasileiro através de sua força de trabalho, porém não pode usufruir dos frutos de seu trabalho. Mesmo assim, o negro atuou politicamente em diversos movimentos sociais e históricos, tanto como escravo quanto como homem livre, tais quais: Inconfidência Mineira, Inconfidência Baiana, a Guerra de Canudos e a Revolta da Chibata.

Dia da Consciência Negra
No dia 20 de novembro é comemorado o Dia da Consciência Negra. Foi nessa data que, no ano de 1695, ocorreu o assassinato de Zumbi, líder do Quilombo de Palmares. A data foi escolhida em sua homenagem, pois ele morreu lutando por seu povo no Brasil. Essa comemoração tem como objetivo a reflexão e o combate às discriminações raciais.


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